domingo, 8 de agosto de 2010

[ AMOR BOÊMIO ] - [ 26/07/2010 ]

E foi assim que o conheci.

Seu tipo tão atípico me fez logo o reconhecer como semelhante.

Nós éramos iguais na diferença, diferentes de todos os conceitos.

De igual, igual mesmo, só o All Star (surrado), um gosto embaraçado de cerveja na boca e uns R$ 3,50 no bolso.

Sou uma pessoa de riso fácil, e num desses momentos ele olhou pra mim. Mas uma mistura de orgulho e desinteresse me fez desviar o olhar. Ou foi charme mesmo. Acontece que os dias de sol fazem isso comigo, a luz faz irradiar o brilho dos meus olhos e meu sorriso descontraído e sem motivo aparente, que me faz ficar com aquela cara da satisfação mais inocente.

O curioso era aquela cara dele, como de quem não se importasse em saber o motivo do riso, contanto que existisse o riso. E ele realmente não se importava. E o riso realmente não tinha motivo. A barba por fazer preenchia um pouco do vazio daquele rosto de expressão de incógnita, nem belo, nem feio, que lhe conferia um ar de poeta decadente. Talvez realmente o fosse.

Logo meus amigos chegaram. Os dele também. Como era de se esperar, todos pessoas normais, de cabelo arrumado, desconexos a nós não só na aparência.

Acho que nenhum de nós se importou em sair sem falar nada. Afinal pessoas de All Star surrado, com R$3,50 no bolso tendem a se encontrar. No dia seguinte mesmo, naquele boteco da esquina.




PS: [15/08/2010]
Adoro sair pra tomar cerveja e conversar! Barzinho, boteco, padaria, becos escuros, tá valendo! Fiquem à vontade pra me chamar pruma cervejinha!

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