quarta-feira, 4 de maio de 2011

[ H.C.B. ] - [ 20-03-2011 ]

Eu leio Bukowski.
Meu namorado até hoje acha que
Bukowski é filosofia
e ele me diz
que sou cheia de bancar a intelectual
andando por aí
com meus livros do Bukowski.
Quando ele descobrir,
quando ele ler Bukowski,
ele vai me dizer
"Hey! Eu que deveria ler Bukowski!
E você deveria achar isso muito
nojento e repugnante.
E me chamar de sujo!"
E eu vou rir
e dizer
que ele é muito bobo
e que eu acho Bukowski engraçado
Aí talvez ele entenda
que,
afinal,
eu nunca quis bancar a intelectual.
Mas eu realmente ficarei puta
se ele começar a ler Bukowski.




Hey hey hey!!!

Olha só eu aqui postando com certa periodicidade! Quem diria...

;)

Então, como disse no post anterior, li muito Bukowski. Essa (poesia)* é "sobre" ele e saiu no estilo dele (pelo menos é o que me parece).

* ainda hoje tenho dificuldade em classificar poema/poesia. =/

E a história é verídica. Meu namorado realmente achava que Bukowski se tratava de filosofia. Hahahahahaha. Bom, acho que agora ele já sabe que não é esse o estilo de Bukowski. E se não sabe, depois dessa vai saber.

[ Boletim Informativo Pessoal ] - [ 11 ]

Opa!

Cabei de ler o livro de poesias do Vinícius de Moraes que ganhei dum amigo meu do treino (de atletismo), Renê.

Gostei bastante. A maioria das poesias trata de amores e mulheres e, já que está na mesma postagem, de um jeito BEM diferente do Bukowski. Pro Vinícuis, a mulher é um ser digno de dar e receber amor e afeto e é admirável, bem bonitinho. Pra ele o amor e a paixão existem e são facilmente observáveis. Pro Bukowski, bem... A mulher existe, e está logo ali na esquina, e ela é cruel e absolutamente impossível de entender. Complicadas, porém necessária. E o que mais o incomoda são as pernas das mulheres.

O que acho mais legal em livros de poesia, é a capacidade de tornar qualquer coisa em poesia. Eles podem fazer uma poesia com o tema minhoca, ou com o tema macarão, ou com "bater o dedinho do pé na quina da cama" que fica legal. O que quero dizer com "fica legal" é "não soa idiota". Sempre que escrevo (tento escrever) sobre esse tipo de coisa leio e penso "digno de uma poesia de uma criança de 12 anos". Talvez nem pareça idiota pros outros, mas pra mim parece, sei lá. Deixa quieto.

Então, tem também o famoso "Rosa de Hiroshima", que ficou famoso (ficou estranha essa frase) pela interpretação de Ney Matogrosso nos Secos e Molhados, banda que gosto muito. Já que toquei no assunto, recomendo:

(1973)

(1974)

Enfim, foi bom ler Vinícius de Moraes depois de tanto Bukowski. O mundo ficou mais limpo e as pessoas mais dignas de confiança.

Li também "Homem sem Nome" de Adriano Silva. Gisely, da faculdade, aquela que me descolou um método pra violão erudito, me emprestou dizendo: "cuidado, esse livro é punk!".

E é punk mesmo! "Demorei" pra ler esse, coisa de 1 semana. Livros do tamanho dele costumo ler em 1 dia/1 tarde se a leitura for fácil e o tema me interessar e/ou se estiver totalmente mergulhada na leitura. Hoje (quarta-feira), devolvendo o livro pra ela, comentei: "ainda bem que demorei pra ler esse livro. Se o tivesse lido numa só, estaria com sérios problemas".

Acontece que é uma desgraceira só. É loucura, é a realidade andando bêbada na corda bamba do impossível. Taí o resuminho que aparece atrás do livro:
"Quão baixo pode descer um homem? Quão longe pode chegar na descontrução de sua própria imagem, na negação de tudo que acreditou ser? Qual aspecto tem o avesso de uma vida mediana, ordinária? Quantos desvãos pode alguém descobrir em si mesmo? Quantos abismos interiores é possível confrontar, sem que a lucidez se perca, sem que a escuridão cubra tudo? Homem sem nome é um livro sobre limites. Os limites do protagonista e os do leitor."



O livro trata-se resumidamente sobre a destruição de sonhos. É bem violento, pesado mesmo. É agonizante. Alguns trechos repulsivos. Cheguei a quase vomitar em algumas partes, sério. Cada vez que fechava o livro me indagava "será que o homem pode realmente chegar a esse ponto?". E quando você olha à sua volta, anda no centro sujo da cidade, assiste ao noticiário, tudo te diz "sim, é possível." mas o que alivia é que você (pelo menos eu) continua acreditando ser impossível. Vocês podem chamar de qualquer coisa. Ainda estou confusa se chamo essa esperança de "mera ilusão" ou de "há salvação". Acontece que acredito que a simples crença de que o mundo/homem não é assim tão horrível, já fez do mundo/homem algo melhor.

O que me intrigou, como sempre, são as semelhanças: a descrença da personagem principal (o homem sem nome, que realmente não tem nome) em sua carreira devidamente construída com muito estudo e dedicação. Ter um bom trabalho, ter família. O que isso realmente significa? É nisso que se resume a felicidade? Muitas vezes penso "tudo bem, faço engenharia. Todos me dizem que serei uma ótima engenheira. E daí?"

Afinal, do que todos nós precisamos?
Enfim, são só momentos de estresse. Mas acho que todo mundo já passou por isso, que pensando bem, acho bom que aconteça. Parar um pouco e refletir sobre o que está fazendo e porquê. As vezes você pode realmente estar perdido. Qualquer coisa, só redefinir o objetivo.

;)

[continuando 05-05-2011]

Bom, mal devolvi "Homem sem nome" pra Gisely (ontem) hoje ela chega e me coloca sobre a carteira "Ao sul de lugar nenhum" do Bukowski. Um livro de contos. A crítica diz: "O velho safado em sua melhor forma". Já li 16 dos 27 contos, estou quase terminando o livro. Tudo o que se espera de Bukowski.^^

Já que tô falando muito da Gisely...
Quinta passada fomos Akio (estudou comigo num curso técnico em química e metalografia), Gisely e eu ao Centro Cultural Vergueiro. Aproveitamos pra tomar uma cerveja no bar mais porco que tem na vizinhança para discutirmos se o mundo era um lugar justo ou injusto. Conversa vai, conversa vem, de repente estávamos a falar da variedade sexual dos anões. Pois é. Gisely disse que no bairro dela tem um casal de anãs lésbicas, concluímos que elas são realmente um casal muito alternativo.

Hahahahaha

Falamos bastante sobre música, de como chegamos a curtir rock n' roll e depois MPB e jazz e música clássica. Todos temos aspirações musicais. Gisely toca piano, dá aulas. Bem sucedida. Akio está com uma banda, Pastor Rotweiller, o som é legal, tipo blues. Tá no caminho. E eu, bem... Minha mãe diz que faço bastante barulho.

Comentamos também sobre "Ovo de codorna" do Luíz Gonzaga. Depois de "Eu tô madurão/Passei da flor da idade/Mas ainda tenho/Alguma mocidade" eu sempre dou risada! "Eu tô madurão"... Hahahahahah. É MUITA malandragem! Está definido: ovo de codorna é o viagra do agreste e o Luíz Gonzaga é muito malandro. Eu imagino perfeitamente um xaveco de bar com esse trecho da música.

Num momento o Akio comenta algo como " o Chico César tá recebendo boas críticas pela atitude dele de falar que não vair contratar bandas de falso forró pras festividades juninas lá na Paraíba" e ficamos falando disso. A conclusão foi que é isso aí mesmo, que tem que valorizar a cultura, o que merece ser valorizado. A música tosca já recebe apoio demais da sra. ignorância. Não tem o menor sentido divulgar músicas com letras ridículas e consequentemente "coreografias" ridículas com bundas balançantes. Isso a gente tem sobrando na TV. Quer ver esse tipo de tosqueira fica em casa vendo Faustão.

Apoiamos a atitude do Chico! Desce mais uma aê Durval!

Aí nessa terça dei uma passadinha no Sindicato dos Servidores Públicos, da CUT, aqui de São Bernardo e peguei a edição do mês da "Revista do Brasil", da rede Brasil atual. E lá pro final da revista, não é que me aparece uma reportagem sobre a atitude do Chico César de "privilegiar manifestações artísticas populares"? Legal, gostei. Very nice.
No dia seguinte cheguei na faculdade e entregando a revista pra Gisely, disse: "olha só que very nice: nosso papo de buteco saiu na revista".

;)


Quem quiser ler, pode encontrar em www.redebrasilatual.com.br. É a edição nº58 abril/2011. A reportagem está na seção "cultura".
(Desculpe, mas nunca consigo colocar link nisso daqui)


Ganhei um jogo de goivas pra xilogravura do meu namorado! Eba! Desde o começo do ano, quando estava lendo Ariano Suassuna, fica piscando na minha cabeça a idéia de fazer um cordel pra "Ozzelha, a ovelha metaleira", a personagem da minha história em quadrinhos (que faz um bom tempo que não faço). Mas como eu gosto de fazer tudo, queria xilos da Ozzelha pra ilustrar o cordel. Agora já tenho quase tudo o que preciso, só me falta a tinta e o papel especial. Aguardem.



Pra quem não conhece a Ozzelha, não vou colocar uma história pois a Ozzelha não está devidamente registrada em meu nome, mas mando uma fotinho. O objetivo da Ozzelha em suas histórias é acabar com a música ridícula através dos poderes de Ozzy Osbourne. Diz ela: "Pelos poderes de Ozzy Osbourne, senhor do heavy metal, ajude a salvar o mundo dessa merda de música ridícula!"




Procurando livros sobre xilogravura na biblioteca da faculdade me deparo com "Folclore Nacional I - festas, bailados, mitos e lendas". Faz parte de uma coleção de três volumes. Tem também "Folclore Nacional II - danças, recreação e músicas" e "Folclore Nacional III - ritos, sabença, linguagem, artes populares e técnicas tradicionais" Todos do Alceu Maynard Araújo.











Não comecei a ler ainda, mas tô louca pra comprar a coleção pra mim. Só de passar as páginas já vi várias imagens e fotos, ilustrações, poemas, cantigas, tem até partituras!!! Parece ser muito very nice.


Rapidamente: domingo de Páscoa teve Tom Zé aqui em SBC. Fui. O show foi muito mais legal que o de Santo André. Tocou bem mais, o Tom Zé tava animadíssimo, o palco era baixinho e bem próximo da platéia, assim o show foi bem mais interativo, e teve mais coisa do "Todos os Olhos". No meio do show o Tom Zé anuncia que uma moça ia vender cd's e afins. Fui lá atrás de um vinil de "Todos os Olhos". Chegando lá, surpresa! Tom Zé!

Hahahahahahha! Abracei, dei beijo e tirei foto. Pedi pra autografar meu All Star. Não tinha o vinil. A foto do beijo saiu no mesmo estilo de uma que tenho com o Chico César. Mas não é nenhuma tara louca. Vou explicar: achei que eu tava muito bagunçada e não queria sair feia na foto com o Tom Zé, aê pensei que naquela pose o risco de sair torta na foto seria menor. Simples assim. Nossa, fiquei MUITO feliz de "conhecer" o Tom Zé! Foi uma surpresa adoravelmente adorável, meu coração tava disparado de emoção, o cara é ícone, a história dele conta muita coisa da história de música brasileira e da ditadura. Taí:














Pra finalizar, já que estamos falando de cultura, li na edição do mês passado da Revista do Brasil uma reportagem falando sobre campos de concentração no Ceará durante a seca de 1932. Achei uma folha no meio do meu material da faculdade com o seguinte trecho anotado à lápis, falando sobre a atual existência de campos de concentração: "exemplos são os conjuntos habitacionais construídos em cidades-dormitório para afastar os pobres do usufruto dos bens culturais e de lazer oferecidos pelas cidades. Desestimulados pelo cansaço da semana de trabalho, pela distância e pelo transporte ruim, os mais humildes acabam deixando para os ricos o que as cidades oferecem de melhor" - Kênia Rios.

Reflitam.




Muchachos e muchachas, bons dias a todos.

Beijo0o0o0o0o0o0o0o0o0os aos interessados.

6 comentários:

  1. Ahh que inveja dessas fotos com o Tom Zé hein menina? rsrs

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  2. Eu chamei todo mundo.

    Cê que não foi...

    ;)

    Próximo show nós marcamos presença, relaxa.

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  3. owwwwwwwww tchella só esperou eu ir embora pra faalr com ele pow =( rsrs

    gato demais esse cara hehe

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  4. Ué... Você que sumiu, rapaz! Eu fui dar um oi pro Renato depois não achei mais vocês...

    Tom Zé é realmente muito xuxu.

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  5. ai que bobagem! Bukowski nucna quis ser livro de bolso de intelectuais, é essa modernidade em que vivemos que estraga tudo! E quem não quer parecer intelectual não lendo livro que parecem de intelectuais está fazendo isso pra ser superior a eles, ou seja, quer ser mais metido a intelectual ainda.

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  6. Com certeza! E o acesso à literatura estraga tudo mesmo.

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